“Antes gostávamos de dizer que a direita era estúpida, mas hoje em dia não conheço nada mais estúpido que a esquerda” José Saramago
É normal, em nossos primeiros dias de contato com o mundo exterior, seja na sala de aula do ensino fundamental, seja andando pelas ruas do centro de São Paulo, ficarmos sabendo da existência de pessoas que vivem em condições de pobreza e falta de oportunidades. Uma de nossas primeiras reações, não que seja esta exclusivamente, é manifestar emoções de pena, de revolta perante o “sistema”, de palavras frias e vazias como “onde está o Governo” ou “por que a sociedade não faz algo para ajudá-las?”.
Existe uma certa classe, se é que assim podemos chamar, (ou grupo, ou “grupelho” como preferem alguns) que possui propostas rápidas e “eficazes” como eles mesmos dizem. São essas: Tirar dos que têm tudo, para dar àqueles que nada têm; Eleger representantes do povo (ou dos operários, incrível como ainda dizem que eles existem) que sendo eles conduzidos ao poder, “girarão” a roda da História e destruirão o sistema carcomido pelo tempo. Ou mais “pragmático”: retirarão a “elite” (ou A ZELITE) dominante do governo, e como o governo tudo pode e tudo faz, num passe de mágica os problemas estarão resolvidos; após a retirada das elites, parar de pagar a “bolsa banqueiro” (essa foi original, uma das poucas coisas que vi que achei engraçado) e com o dinheiro construir casas para os pobres.
Todos conhecemos quem faz essas propostas. São os paladinos da esperança, os defensores dos pobres e oprimidos, aqueles que lutam pelos “direitos” de todos. Bem-vindo ao mundo mágico da Esquerda.
O termo “esquerda” tem uma carga semântica muito diversificada. Passou desde designar aqueles que se sentavam à esquerda no Legislativo francês (Revolução Francesa) a aqueles preocupados com o “desenvolvimento social” e “responsabilidade ambiental”.
A esquerda brasileira é muito burra. Sem perdão da palavra. É burra mesmo. Para desenvolver melhor essa tese (acho que seria constatação) utilizarei alguns exemplos.
03 de maio de 2007. São Paulo. Invasão da reitoria da USP. Motivo: Crescente tentativa do governo estadual paulista de “intervir” e ameaçar a autonomia da universidade.
07/08 de julho de 2007. Eleição de Lúcia Stumpf para a presidência da UNE, com promessas de “radicalizar” o movimento estudantil e criar o Dia Nacional de Invasão das Reitorias.
O que esses “diferentes” assuntos têm em comum? O domínio de uma casta de partidos de esquerda (notadamente PC do B na UNE e PSOL e PSTU na invasão da reitoria) entre o tal de movimento estudantil. Qual o problema disso? Nenhum. É normal em democracias os estudantes terem sua liberdade de escolha para definir seu posicionamento ideológico. Isso se o Brasil fosse uma Democracia. No caso da USP, as reuniões de “movimentos estudantis” atingem cada vez menos pessoas. Será que é por que a pauta e os discursos da reunião são utilizados por representantes desses mesmos partidos citados acima para fazerem divagações ideológicas e discussões como “se o pebolim é um jogo burguês?” Não há estudante não “politizado” que agüente. Como bem diz o ditado “os incomodados que se mudem”, esses estudantes acabam abandonando o movimento estudantil à liderança desses hábeis políticos. A partir daí, eles utilizam o místico movimento estudantil como meio para promoção pessoal. Quem no passado não achava lindo os estudantes unidos para derrubar corruptos como Fernando Collor ou a ditadura militar? É por isso que muitos sociólogos dizem que os novos jovens de classe média, como aqueles que invadiram a reitoria da USP são os novos pobres: de esperança e de boas causas (Frase de José de Souza Martins, professor de Sociologia da FFLCH da USP, em entrevista ao caderno Aliás de O Estado de S. Paulo de 27 de maio de 2007).
Quanto a UNE: Não vemos lá ninguém de direita. Pela sétima vez seguida um candidato filiado ao PC do B é eleito. Alguém sabe o que a UNE faz hoje em dia, além de reclamar da quebra de monopólio das carteirinhas de estudantes que o permitem pagar meia em ônibus e cinemas? (queremos o monopólio, pois são essas contribuições que ajudam a pagar nossos Congressos e viagens, diz Lúcia Stumpf). Alguém em sã consciência pagaria para um bando de “filhinhos de papai” viajar para fazer Congressos úteis para o desenvolvimento da sociedade, como definir se a Reforma Universitária é imposição do FMI ou não?
O resultado da invasão da reitoria: Vários computadores roubados e desorganização geral da reitoria. Resultado da existência da UNE: “puxa-sacos” do governo federal.
Além da promoção pessoal que membros da esquerda procuram hoje, temos a excessiva ideologização dos membros dela. Que atire uma pedra quem nunca ouviu alguém do governo falar que são perseguidos pela imprensa ou a ZELITE tenta algum golpe. Na União Soviética, os Comissários responsáveis, por exemplo, pelas fábricas, arrancavam os cabelos e falavam em sabotagens da burguesia, quando descobriam que as fábricas não produziam o necessário. “Como pode se eu pessoalmente conferi tudo, os trabalhadores tem a moral alta e acima de tudo, a ideologia está correta?” Era uma das frases mais comuns daquele tempo. (para quem não acredita leia: Stálin, a corte do Czar vermelho, de Simon Sebag Montefiore, editora Companhia das Letras) Não me impressiona se os “comissários” da Anac ou do governo federal digam o mesmo sobre a Crise Aérea.
A ideologização se faz presente na diplomacia também. O exemplo mais explícito disso é o convite à Chávez, o ditador carismático do momento, para ingressar no Mercosul. “A União Européia também aceita países com economias fracas para que possam ter a chance de se desenvolver conjuntamente” Celso Amorim. Alguém esqueceu de avisá-lo que o estatuto da União Européia diz claramente que o país precisa ter liberdade de expressão, de imprensa, democracia, e reformas liberais para ingressar. O Mercosul também, só que “alguém” se esqueceu disso. Como pode uma pessoa em sã consciência convidar um doido que xinga metade do mundo (inclusive o Brasil) e alia-se ao Irã para o Mercosul? A ideologia faz milagres mesmo. O fundamentalismo também, vide o islâmico de hoje.
Outro exemplo da influência da ideologia é a divinização de Cuba e de seu ditador, Fidel Castro. A esquerda se especializou em eleger mártires e ídolos, que ao imporem seu ponto de vista ou trucidar instituições democráticas a esquerda simplesmente fecha os olhos e aprova como ação “social” pelo bem do povo. Quantas pessoas dizem que a ilha de Fidel é um paraíso? Mas não precisaremos ir muito longe para obter as respostas. Basta ir a São Caetano do Sul e perguntar ao “traidor” cubano como ele se sente. Se ele veio pedir asilo ao BRASIL, muito provavelmente Cuba não seja tão boa assim.
Ideologia, culto, bíblia (O Capital) e recrutamento de jovens (nesse caso das Universidades). A esquerda não difere muito do fundamentalismo religioso. Terroristas ambos têm. Algo de bom na cabeça, nenhum deles.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home